Sendo o genocídio um crime hediondo universalmente reconhecido, a não escolarização das crianças é outra crueldade que se lhe assemelha, mas tolerada.
O analfabetismo é um alfobre de pobreza atávica, com as conhecidas sequelas de fome extrema, doenças sem esperança e a cegueira da intolerância, em especial para com os povos, costumes e crenças desconhecidos.
É o caso do Afeganistão, onde o fanatismo da expansão do islamismo usou e ainda usa o obscurantismo para fazer das raparigas serventuárias abúlicas de pais e irmãos, tios e primos, maridos e namorados. Não escolarizando as meninas, serão sempre curtas as suas ambições e frágeis as escapatórias à mão de ferro dos tiranos familiares e dos mandantes pretensamente religiosos.
É contra isto que esta mulher trabalha.
Em meados dos anos 90, Sakeena Yacoobi deixou os Estados Unidos, onde era médica, e regressou ao Afeganistão para criar uma ONG que gere mais de 150 projetos de educação e saúde. No passado, recebeu várias ameaças de morte. O presente continua a ser um caminho minado para quem trabalha pela emancipação da mulher. Apesar das dificuldades, Sakeena gosta de sublinhar por que luta: “Não quero que as pessoas tenham pena de nós. Não queremos dinheiro. Queremos desenvolver as nossas próprias capacidades através do ensino.” http://pt.euronews.com/2012/03/08/a-guerra-pela-educacao-no-afeganistao-e-paquistao/
Merece a nossa estima. Nossa, da nossa civilização.
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