segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Trombone Magistral

C T M

E se todos magistrados, mas mesmo todos, adoptassem o protagonismo televisivo de Pinto Monteiro?

E se todos os Magistrados do Ministério Público, ao investigarem o tráfico de robalos, dessem entrevistas televisivas?

E se todos os Juízes de Instrução Criminal anunciassem aos quatro ventos as evidências probatórias das fugas ao segredo de justiça?

E se todos os Desembargadores dessem conferências de imprensa sempre que votam vencidos nos acórdãos sobre putativa pedofilia?

E se todos os Conselheiros convocassem as televisões para lhes apresentar, ipsis verbis, a relevância contingencial abstracta da jurisprudência sobre acções contrárias ao bom nome de Portugal?

E se, se, se... se todos estes ses vissem a luz do dia ou alcançassem a subida honra dos holofotes!? Era a saturação da comunicação social. Para a evitar, fazia-se como na Assembleia da República, criava-se uma televisão especializada. Claro que os seus telejornais abririam sempre com o Procurador Geral, sob pena de medidas de coação ao director do canal.

Maria José Morgado e Cândida Almeida seriam estrelas permanentes, como agora,  com lugares cativos nos alinhamentos sobre futebol e nos exclusivos Free Port, respectivamente. Aos travões à avaliação do Juiz Rui Teixeira no STJ garantia-se horário para adultos, depois da meia-noite. A juiza-presidente do julgamento do processo Casa Pia teria absoluta prioridade com Notícias de última hora a seu pedido.

O Canal Trombone Magistral, conhecido na comunidade dos advogados por TCG (Tribuna das Calendas Gregas), seria financiado com emolumentos de 7% sobre as custas judiciais.

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