terça-feira, 1 de dezembro de 2009

GNR: Converter amadores em profissionais


A propósito do assassínio a sangue frio da própria esposa e de um soldado da Guarda Nacional Republicana, em Montemor-o-Velho, a Associação dos Profissional desta força "exige ao Governo uma 'verdadeira reforma' na força de segurança para debelar as 'precárias condições de serviço' e a falta de meios. http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1435290

Certo sindicalismo tem disto, mete tudo no mesmo saco, dispara para cima e ignora aspectos fundamentais dos factos. É um sindicalismo primário, obsoleto, que não é para os tempos que correm. Ficam contentes especialmente se atiram ao Governo, mais parecendo instrumento partidário do que sindicato.

Um assassino dispara à queima-roupa e mortalmente contra a sua mulher, à frente do posto da GNR, e não é algemado. "Não imaginavam que ele tivesse outra arma, era improvável", disse fonte policial.  Que meios faltaram? Não há algemas naquele posto!? E que precárias condições foram essas que inibiram os soldados de agir profissionalmente?

Duas, provavelmente: negligência e falta de treino

Numa terra do interior, o assassino, preso em flagrante delito, dono de um café, apesar de tudo é uma figura conhecida a quem se dão dois dedos de conversa. Ia-se lá algemar uma criatura com quem ainda ontem se bebericou um chá de camomila!

A GNR tem unidades adestradas para as respectivas missões: profissionais com perfil psicológico adequado à especificidade das tarefas, treinados para a diversidade de situações prováveis, determinados, liderados, disciplinados e integros. Pois tem, mas não sei se são a maioria!

A negligência é responsabilidade individual, mas é-o especialmente do enquadramento, ou da falta dele, já a falta de treino é seguramente culpa da hierarquia. Do Comandante de posto ao Comandante Geral.

Quantas vezes os soldaddos da GNR, os das vilórias e os das aldeias, não os das unidades especiais, realizaram a identificação de um cidadão comum numa acção de formação? Quantos desses homens e mulheres treinaram tiro em acções simuladas, como a que ocorreu em Carapinheira? Quantos passaram revista a um suspeito? Quantos algemaram e conduziram alguém algemado? Quantos treinaram reacções eficazes contra agressões? Quantos militares da GNR, oficiais e sargentos incluídos, foram instruídos com as melhores práticas nos seus métodos e procedimentos durante acções de formação!? E os corrigiram...

O rol fica por aqui, que o que importa salientar é que a formação de profissionais das forças de segurança não se faz de papel e lápis e muito menos quando o rei faz anos...

Profissionalizar a GNR, senhores da APG, é mais do que a vossa 'verdadeira reforma' ou uma dança de cadeiras. Exige formação cuidada, planeada, concebida, orçamentada, avaliada e actualizada de acordo com o melhor que fazem os melhores, cá e lá fora... e suada. E não é com desculpas que lá se chega. Há desculpas com um elevado preço, como agora se viu, infelizmente.

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