quarta-feira, 22 de junho de 2011

Passos entre dúvidas e expectativa

Espremido o discurso de posse do PM PPC, de ontem, aqui fica o extrato das reservas, dúvidas e expetativas.

Os negritos são dele, com pequenos ajustes de forma.



Pacto de confiança, de responsabilidade e de abertura, entre o Governo e a sociedade portuguesa.
Os pactos exigem pelo menos dois pactuantes. Veremos quem quer pactuar com o governo. E como este oleia o terreno social.

Chegou ao fim um certo tipo de governação e um certo entendimento da relação entre o Estado e a Sociedade.
É fácil proclamar; difícil é construir, pelo que se aguardam sinais convincentes, medidas concretas e decisões ponderadas. Não se atarde… que não é só no futebol que os bestiais rapidamente deixam de o ser.


Estado que não é um instrumento de obtenção de regalias injustificadas, que não se torna opaco para esconder relações pouco apropriadas entre os recursos que são públicos e os interesses que são privados.
Quem não se lembra do "No jobs for the boys" de Guterres, o mesmo que injetou filiados e afilhados e "girls" em todos os recantos da Administração Pública, do mais obscuro hospital às empresas públicas, com salários de paxás!?

As palavras de PPC são isso apenas: palavras!!! Veremos, que a sócia do CDS de Beja já prometeu abocanhar todos os tachos que lhe estejam a jeito.


Um Estado que não desista do combate à corrupção.
É muito importante este combate. Constitui a trave mestra da ética do Serviço Público. Mas, mas, mas... só se não forem "parole, parole"!

Ficamos à espera das leis que expropriem quem não comprove a legitimidade dos sinais de riqueza de muitos milhões e das medidas draconianas que vedem os cargos públicos a condenados. O Isaltino continua a cantar de galo, apesar de condenado a 7 anos de cadeia 7, além da sanção de perda de mandato!


Este também é um pacto de confiança, responsabilidade e abertura entre o Governo e as instituições, a começar pela Presidência da República e pela Assembleia da República.
Cabe a Passos a última palavra no orçamento de cada uma das instituições. Se reduzir o da Presidência da República a 50% dos 16 milhões de 2011 acreditarei. E se reduzir em igual percentagem a verba para viagens de deputados no estrangeiro dar-lhe-ei a merecida chapelada. Alguém acredita!!!???


Revisão da arquitectura da Justiça, com simplificação processual, avaliação de desempenho dos agentes.
Tenha o governo "unhas" para consagrar nos códigos a primazia dos factos sobre os procedimentos e fará uma revolução. Será aqui aplaudido de pé com urras e mais urras.

Também quero ver a avaliação do desempenho dos juízes e dos outros magistrados. Com critérios minimamente objetivos e sem burocracia, tudo numa A4 com 10 caixas de escolha múltipla e meia dúzia de linhas por extenso. Sem opção de prosa suplementar.

Claro que se as sentenças quilométricas acabarem e a sua leitura durar um máximo de meia hora, os portugueses respeitarão Pedro Passos Coelho.

Reduziremos a dívida para recuperarmos a capacidade de decidirmos mais livremente os nossos próprios assuntos e de fazer as nossas próprias escolhas.
Esta assunção da suspensão da soberania é um alerta. Por isso se apoiam as medias que no libertem da canga a que o pseudo socialismo de Sócrates nos submeteu.

As medidas da chamada “desvalorização fiscal” constituem uma aposta decisiva na reaquisição de competitividade externa, de crescimento do sector de bens transaccionáveis, mas também na criação de emprego, ao diminuírem a penalização fiscal do trabalho.
Esta é a notícia boa. Desde que a má não seja o défice assente na insuficiente receita fiscal. E que, por arrasto, não se afunde a Segurança Social pela redução das contribuições dos trabalhadores e empregadores.

Mas fiéis às nossas mais nobres tradições dizemos convictamente que atravessar «mares nunca dantes navegados» jamais assustou os Portugueses.
Fica bem acabar em alta e nada melhor que o apelo patriótico. A retórica com rasgos históricos está nos manuais de comunicação de massas, tal como a nossa história está repleta heróis e vilões, Gamas e Sócrates.

A mesma história onde PPC terá lugar se, mesmo com "mar alteroso", descobrir o caminho para um Portugal melhor, deles afugentando os tubarões.
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