Li, concordo e subscrevo, apenas rasurando “…que fez uma licenciatura…”.
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Não fez licenciatura coisíssima nenhuma; traficou um diploma!!!
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Não é, portanto, licenciado nem diplomado; apenas chico esperto encartado.
Não ser Relvas
Jornalista
22 fevereiro 2013
Não gosto de Miguel Relvas. Mesmo
nada. Não gosto do ministro, não gosto do político, deploro o discurso, a pose
e o historial. Execro o que fez - não tenho dúvida de que fez - a Maria José
Oliveira, a jornalista do Público que ameaçou com revelação de factos da
sua vida privada para tentar evitar que ela o questionasse sobre declarações
suas no Parlamento a propósito da relação com o ex-espião Jorge Silva Carvalho.
Execro o facto de, na oposição, ter afirmado que a família do anterior
primeiro-ministro, os filhos, deveriam ter vergonha dele - a vergonha,
precisamente, de que o próprio demonstrou não ter pinga, ao manter-se, e ser
mantido, em funções quando o próprio presidente da Entidade Reguladora para a
Comunicação Social diz não ter dúvidas sobre o facto de o ministro ter ameaçado
a jornalista. E, por fim, deploro que haja quem o convide para falar de
jornalismo, passado, presente ou futuro, depois de tal se ter passado: se a
pessoa Relvas não percebe que não pode continuar ministro, que ao menos
jornalistas e órgãos de comunicação social evidenciem não lhe reconhecer
dignidade para tutelar o sector.
Compreendo e sinto a justa fúria que
tantos sentem ante um governo que diz governar "lixando-se para as
eleições" quando, para ganhar as últimas, garantiu que faria tudo ao contrário
do que está a fazer. Compreendo quem se lembra de ver Relvas insurgir-se contra
aumentos de impostos e austeridade e desemprego e jurar que tudo seria
diferente com o PSD, para agora sugerir que quem está mal que emigre.
Compreendo quem se indigne por um ministro que fez uma licenciatura à pala de
equivalências estar no mesmo governo que chamou às Novas Oportunidades
"certificação de incompetência". Compreendo quem recorda Relvas a
vituperar os ministros socialistas quando se insurgiam contra manifestações
insultuosas ao ver o PSD clamar por "respeito democrático" pela
"dignidade das funções" se tal se passa com os seus ministros -
exigindo até ao PS que se lhe junte na reprovação "enfática".
Mas não gosto de ver pessoas
acossadas. Aliás, não gosto sequer de ver pessoas a serem humilhadas, menos
ainda publicamente - por mais que sejam culpadas de humilhar um país e de
desrespeitar a democracia e a Constituição que agora querem como mártires (!)
invocar. Daí que, pese tudo o que penso e sinto, me tenha desagradado ver
Relvas insultado no chamado "clube dos pensadores", ainda com aquele
sorriso apalhaçado com que tentou fazer coro no Grândola com quem
protestava. Não gostei de o ver, em pânico, pelos corredores do ISCTE, sob os
gritos dos estudantes, à procura de abrigo, de uma porta por onde sair de cena.
Por mais que queira isso mesmo, que Relvas saia, que este governo se vá, não
deve ser assim. Não decerto por ele, não decerto por eles: por nós, que não
somos Relvas. Que não temos da democracia o entendimento oportunista e canalha
de quem dela se serve em vez de a servir e honrar.
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