segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Alarido contra Merkl mascara danos de Sócrates


 
Vai por aí um burburinho com a vinda, hoje, da chanceler alemã a Lisboa…
É a crise e a dívida, são os juros e o memorando, é o FMI e a Tróica, tudo atirado a Angela Merkl.
Manifestações e protestos, media e facebook têm sido pródigos em cartazes e cartoons. Umas vezes com ironia e outras tantas com duas pedras na mão.

 
 


 
Tudo isso é legítimo e natural num país livre, mas mostra o quão conjuntural é a memória coletiva portuguesa.
A verdade é que nem uma palavra se ouviu ou leu sobre José Sócrates, o aventureiro irresponsável que nos empurrou precipício abaixo! Nem um cartaz, nem uma caricatura, nem sequer lhe foram dirigidas palavras de ordem.
O facto doloroso é que foi o seu governo que elevou a dívida soberana até os indicadores ecoarem o mais vermelho dos avisos e os gráficos clamarem desesperadamente por um travão. Sem ninguém o travar – por onde andava Cavaco? – a obstinada cegueira de Sócrates foi a causa remota dos voos governamentais de hoje de Berlim – Lisboa – Berlim

Paradoxalmente, agora, ninguém lembra a irresponsabilidade do então PM! Foi ele e não Angela Merkl que nos atolou em dívidas incomportáveis e é dele que tantos agora se esquecem de pôr nos cartazes.
Tivesse Sócrates sido um político ponderado, um Homem de Estado, e hoje teríamos subsídios de férias e de natal. Teríamos apertos, sim, mas alguma esperança restaria. A ele se deve o descalabro a que chegámos, sendo pois o tecelão do tapete preto por onde passou Passos a caminho do colo alemão.

Retome Portugal a soberania ética e também ele, um dia, daqui a um ano ou daqui a uma década, será julgado pelas tropelias financeiras com que atormentou Portugal.

Quanto a Angela Merkl, que o almoço português lhe tenha feito muito bom proveito.
 
 

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