"Indisposta"
para informar
Mário Soares foi internado no dia 12 no Hospital da Luz com
"indisposição" e essa "indisposição" manteve-se até hoje,
quando o EXPRESSO noticiou a sua
encefalite.
Uma semana "indisposto" e não houve um jornal, uma
televisão, um qualquer pasquim ou um simples eco no facebook a dizer que o
senhor esteve mal, muito mal. Que media
mais indisposta a cumprir a sua missão – informar!
A pedido da família os comunicados do hospital sempre
referiram aquela "indisposição".
Ora Mário Soares é uma figura pública de primeiro plano:
político desde sempre, teve um papel determinante no PREC, foi PM e PR e mantém
uma intervenção política regular e acutilante.
Não é por isso razoável que o país tenha sido mantido na ignorância
da doença de alguém que marcou Portugal durante décadas e continua a ter influência
no destino de todos nós.
O seu estado de saúde não é "património" exclusivo
da família, tanto mais que, como ex-PR, tem um relevo institucional
inquestionável.
Por essa razão, a família fez mal em aliciar o Hospital da
Luz para faltar à verdade sobre o seu quadro clínico.
A ironia é que a família de um homem tão crítico do modelo
soviético seguiu à letra o padrão soviético de filtragem dos dados da saúde dos
apparatchiks supremos.
Porém, Portugal é um país livre, tem um jornal que assume a
cidadania e tem jornalistas que investigam. E foi apenas graças a eles que soubemos
que a "indisposição" de Soares foi uma cortina de mentiras para um
"quadro muito mais complexo e preocupante".
Para o EXPRESSO e para os seus jornalistas Vera Arreigoso,
João Garcia e Ricardo Costa vai, portanto, a devida vénia do Formigarras pelo seu apego à verdade nestes tempos em
que ela é moeda tão depreciada.
E para Mário Soares os votos de rápida recuperação.
!!!
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