Ontem, logo pela manhã, o Largo do Rato enche-se de silenciosos manifestantes.
Tranquilos, lá passam como quem vai a caminho dos couratos depois de um jogo perdido ou em romaria da vossa senhora de não sei onde. Percebo que é manifestação porque há polícia e algumas pessoas levam uns rolinhos com pauzitos dentro e outros, menos, exibem cartazes ao ombro:
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Não à privatização.
Depois, na net, vi que poderia ser uma iniciativa sindical e a privatização em causa seria a da água.
É incontestável que os sindicatos têm todo o direito de defender os interesses legítimos dos seus associados. Porém, sobre o estatuto das instituições empregadoras é outra conversa. Outro galho.
Não cabe a qualquer sindicato exigir, reinvidicar ou sugerir o perfil das entidades onde trabalhem os seus associados. Esse é o mundo constitucionalmente reservado ao parlamento, aos partidos políticos e ao governo. A revolução já lá vai... e o conflito de poderes é impróprio de regimes estabilizados, de democracias de corpo inteiro.
Não concordo com a privatização da exploração da água potável, mas não contesto a legitimidade do PSD e do governo em equacionar outras opções. E o figurino legal para a gestão da água que nos chega a casa, a definição de quem lá a leva, empresa pública ou privada ou serviço municipalizado, também não é coisa de sindicatos.
Cada qual no seu galho.
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