O povo português, cuja religião mais difundida é o
coitadinhismo, tem como ritual de eleição a catalogação de mazelas, padecimentos
e outros pungentes lamentos.
Tem, porém, de lembrar-se de certo senhor.
O dito senhor, de vez em quando, quando o rei fazia anos,
chegava ao trabalho com bocejos sem parar e o lamento
habitual:
- Esta noite
não preguei olho, estou aqui que nem posso… vida a minha…
Cansada da periódica lengalenga, uma colega, um dia, pô-lo
na ordem:
- Oh pá, vens
com essas lamúrias, mas quando passas noites regaladas nunca cá chegas a dizer
que dormiste que nem uma pedra!
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