sábado, 4 de agosto de 2012

Metesse-se ela lá com a sua sopa!



A bicha estava mais lenta que o costume e ela tamborilava com dedos nervosos no balcão. Repetia que o serviço estava lento, muuuiiito lento, muuuiiito lento minha querida [para a empregada], repetiu, repetiu.

A empregada, cara fechada, cara de dinheiro curto, filho doente ou cornos recentes, ainda justificou:
- Verão, férias do pessoal…
O seu pedido cruzou-se com o meu e de abalada ainda rezingou para dentro do balcão:
- A sopa deste cara ainda fica gelada…
A empregada fez menção de me dar uma outra sopa, acabada de tirar da panela:
Eu dou-lhe outra sopa… para dar saída à tirada da cliente à cata de solidariedade para a sua pressa.
Há gente muito metediça; porque carga de água não deixou ela a minha sopa em paz!? O cara gosta de sopa morna! Mesmo com a antiga ainda tive de esperar largos minutos para que arrefecesse.
Abelhuda dum raio, que me queria de mucosas queimadas…

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