A bicha estava mais lenta que o costume e ela tamborilava com dedos nervosos no balcão. Repetia que o serviço estava lento, muuuiiito lento, muuuiiito lento minha querida [para a empregada], repetiu, repetiu.
A empregada, cara fechada, cara de dinheiro curto, filho
doente ou cornos recentes, ainda justificou:
- Verão, férias do pessoal…
- Verão, férias do pessoal…
O seu pedido cruzou-se com o meu e de abalada
ainda rezingou para dentro do balcão:
- A sopa deste cara ainda fica gelada…
- A sopa deste cara ainda fica gelada…
A empregada fez menção de me dar uma outra sopa, acabada de
tirar da panela:
– Eu dou-lhe outra
sopa… para dar saída à tirada da cliente à cata de
solidariedade para a sua pressa.
Há gente muito
metediça; porque carga de água não deixou ela a minha sopa em paz!? O cara
gosta de sopa morna! Mesmo com a antiga
ainda tive de esperar largos minutos para que arrefecesse.
Abelhuda dum raio,
que me queria de mucosas queimadas…
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