segunda-feira, 25 de julho de 2011

Exército da cristandade

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O Regulamento de Uniformes dos Militares do Exército ignorou a laicidade do Estado.

Aprovado por portaria publicada há menos de um mês, o RUE define a cruz como símbolo do Serviço de Assistência Religiosa, o que traduz uma opção monolítica num Portugal plural. E faz lembrar as levas de cruzados de séculos passados.

Ao assumir aquele símbolo cristão, o Exército Português adota formalmente uma rotura com a neutralidade do Estado Português em matéria de religiosa.

Muçulmanos, protestantes, judeus, hindus e seguidores de outras crenças são excluídos da simbologia do exército, o que condiciona a assistência religiosa aos militares.

É inimaginável ver à porta de armas do Regimento de Infantaria de Beja ou da Direção de Doutrina imãs e rabis com uma cruz no distintivo das suas boinas militares.

A tinta mal secou e já a portaria precisa de revisão de modo a acolher uma simbologia religiosa neutra, abrangente e universal. Só assim materializará a constitucional legitimidade de todas as devoções existentes no nosso país.

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