O Regulamento de Uniformes dos Militares do Exército ignorou a laicidade do Estado.
Aprovado por portaria publicada há menos de um mês, o RUE define a cruz como símbolo do Serviço de Assistência Religiosa, o que traduz uma opção monolítica num Portugal plural. E faz lembrar as levas de cruzados de séculos passados.
Ao assumir aquele símbolo cristão, o Exército Português adota formalmente uma rotura com a neutralidade do Estado Português em matéria de religiosa.
Muçulmanos, protestantes, judeus, hindus e seguidores de outras crenças são excluídos da simbologia do exército, o que condiciona a assistência religiosa aos militares.
É inimaginável ver à porta de armas do Regimento de Infantaria de Beja ou da Direção de Doutrina imãs e rabis com uma cruz no distintivo das suas boinas militares.
A tinta mal secou e já a portaria precisa de revisão de modo a acolher uma simbologia religiosa neutra, abrangente e universal. Só assim materializará a constitucional legitimidade de todas as devoções existentes no nosso país.
>>>>>>
Sem comentários:
Enviar um comentário