quarta-feira, 20 de julho de 2011

Lusa cagança

Quadras



Embaixadores e coronéis
exultam solenidade.
Árduas missões, ricos tonéis:
Excelência, que saudade!


Meritíssimos magistrados,
juízes, procuradores,
à forma tão consagrados,
veneram-se bajuladores.


Bispos são missionários
mortinhos por indulgências;
ungidos nos seus calvários,
pregam ser eminências!


– Meu caro amigo engenheiro!
é lisonja de construtor,
querendo ser mensageiro
do código mais sedutor.


Professor, conquista afeto;
Senhor, olhares carrancudos.
Doutor, é couto dileto,
gaba pomposos canudos.


Dão-se ares de peralvilho
em servilismo viçoso.
Adoram como estribilho
Cetôr! – cognome rançoso.


Porém, na estranja, paisanos,
disfarçam insegurança
de cagões provincianos:
metem no cu a cagança.




Manuel A. Madeira
19 de Julho de 2011

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