domingo, 3 de julho de 2011

Os japoneses não são formiguinhas amestradas

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Há por cá a convicção generalizada de que os japoneses são máquinas de trabalhar, extremamente disciplinados ou mais que isso, obedecendo cegamente ao imperador, ao patrão, ao chefe.
Em boa verdade, de vez em quando temos notícias nesse sentido. As cantinas sem cobrador, mas em que as contas das refeições são pagas praticamente sem quebras, o cumprimento cerimonioso entre eles e, mais recentemente, o elevado civismo com que se comportaram quando sobre eles se abateu a catástrofe do maremoto.
Mas não podemos generalizar. Vejamos um eco nada condicente com a nossa visão distante e certamente distorcida por insuficiência de dados.
O Público da última quarta-feira diz-nos que pequenos acionistas da Tepco, empresa responsável pela central nuclear de Fucuxima, dirigiram insultos contra a administração e a provocação “atirem-se para dentro de um reator”.

Os japoneses terão um civismo mais enraizado do que outros povos, mas foram profundamente abalados pelas desgraças que lhes bateram à porta. E o medo afeta os mais sólidos, fazendo tremelicar o controlo emocional.
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Mas é bom saber que aquela gente perdeu a cabeça para questionar uma energia tão perigosa.

O que não é nada boa notícia é o grosso das ações da Tepco estar em mãos que apostam na continuidade dessa ameaça tão mortífera para o Japão e para a humanidade.

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