O ministro das Finanças não se cansa de falar em cortes nas
gorduras do Estado. Todavia, se só vislumbra umas, é totalmente cego para as suas próprias mazelas.
Um caso caso evidente é o das fundações, cujas gorduras não corta a direito.
Bastava uma simples, uma singela medida, e as fundações deixavam de ser um pesado fardo no Orçamento de Estado. Bastava não lhes dar um cêntimo e elas esfarelavam-se sem que alguém pingasse uma única lágrima. E as que não morressem voltavam a ser Direções Gerais, como algumas já
foram, ou viviam dos próprios recursos.
Dois exemplos são simbólicos. A Fundação para a Ciência e
Tecnologia e a Fundação Soares.
A primeira já teve a elitista designação de Instituto de
Alta Cultura e foi-se metamorfoseando até fundação, modelo útil para uns quantos. Basta mudar-lhe o nome e tirar as mordomias aos tais quantos e a
missão será cumprida. A menor custo! É uma organização Função Pública e assim
continuará, com os méritos e entorses inerentes. Ser fundação não lhe dá nem
tira eficácia, embora lhe reduza a eficiência. Uns quantos perderiam penachos!?
Tanto melhor…
Com a Mário Soares nem é preciso gastar muito latim: filha
dileta do OE, amamentada pelo filho João e apaparicada pelos orçamentos
municipais de Lisboa, é um sorvedouro de dinheiro para satisfazer as vaidades do
fundador. Aplica-se-lhe que nem uma luva o imperativo nacional de corte geral nas
enxúndias – Quem quer fundações que as pague!
Aqui chegados, há
que desengordurar o Ministério do ministro Gaspar. Porque só são respeitadas as
iniciativas e os seus promotores quando não têm rabos-de-palha.
Pois o ministério
Gaspar tem também dois exemplos colossais de despesismo.
A Autoridade
Tributária e Aduaneira e a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública,
cada uma destas "entidades" com um centro de informática de grandes
dimensões, não podiam ser pior exemplo para a Administração Pública. Dois grandes centros informáticos no mesmo ministério. Dois!!! No ministério que deve dar o exemplo de boa aplicação dos dinheiros de todos nós...
Herdeiros dos da
DGITA e do Instituto de Informática, a sua fusão não é exequível de um dia para
o outro, evidentemente. A maioria dos seus sistemas de informação são diferentes e o estudo
das sinergias do equipamento, do software
e das equipas que os administram exige um programa meticuloso e uma transição
escalonada. E sem interrupção dos serviços que prestam.
Tal integração é
seguramente complexa, porém necessária. Sem ela nunca o ministro Vitor Gaspar
dará o exemplo de cortar gorduras com que enche a boca ao falar da gordura
alheia.
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