O meu Picasso

Berardo tem* um Museu de arte dita moderna, em boa parte um desperdício de tinta. Também tem vistosos guerreiros de terracota em Azeitão e no Bombarral tem uma quinta com belas estátuas chinesas, algumas monumentais.

Artur Jorge, o treinador de futebol, vendeu recentemente, em Paris, parte da sua coleção de arte por uma boa maquia.

Banqueiros têm os seus Rembrandt, enquanto os Van Gogh estão em mansões de industriais e não há magnata [investidores e manipuladores] sem Picassos, Cutileiros, Vieiras da Silva ou Cargaleiros.

Contudo, a quem diga que só os ricos podem ter obras de arte, eu digo Calma aí, então e o meu Picasso!

E é verdade, sim, tenho um Picasso, um Dom Quixote. Cá está ele, emoldurado e tudo.

Assim se vê que um pobretanas, alguém sem minas de ouro nem quintas nem herdades nem ações nem participações nem milhõõõõees também pode forrar as paredes com peças de muita qualidade. Esta custou-me 5 € em Barcelona. Fora a moldura.

* instalado e renovado à conta do Estado, o dinheiro de todos nós. Vá-se lá saber o porquê do finca-pé de Sócrates em aconchegá-lo em Belém...

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