Há um bom par de anos, ouvia, com alguma frequência:
– Defendeu-se!
A afirmação traduzia a compreensão pelos jeitos e servicinhos, pelo peculato e pequena corrupção. Era uma passiva cumplicidade e significava renúncia à verticalidade e adesão ao tráfico de influências.
Isto antes do 25 de Abril.
[ Público.pt, 7.Março.2011 ]
Hoje a sociedade é menos tolerante com tais atos e, apesar de muitos criminosos de colarinho branco se escapulirem das malhas penais, há condenações aqui e ali. E olha-se de soslaio para condenados e suspeitos.
Porém, esta laracha do Afonso é uma tristeza. Ele, que costuma ter um humor com responsabilidade social, desta vez tropeçou. Apesar da ironia, como que legitimou condutas indefensáveis.
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