sábado, 19 de março de 2011

Naufrágio terrestre


Este navio era português e foi emparedado em Sines, como se vê. Era o Príncipe Perfeito que, em fim de vida,  serviu de hospedaria a pessoal das obras do porto ou da refinaria daquela vila e acabou na sucata.

Foi um sinal de alerta, alerta vermelho, o do naufrágio de grande parte da marinha mercante portuguesa, embora com desculpas mil, do PREC, da descolonização, sei lá que mais.

Somos um país de altos e baixos, os baixos demasiado abaixo da linha de água, mas voltamos sempre à tona.

Estamos, em 2011, outra vez em queda e temos de recuperar, com navios ou outras tecnologias. Mas com garra, há que levantar a cabeça, recusando o emparedamento.

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1 comentário:

Carlos Neves disse...

Os emparedamentos invisíveis são os piores. Estou a recordar os mercados, essa economia terrorista que só conhece três regras, lucro, muito lucro, todo o lucro. Hoje bem representados pela EU e no nosso país pelos 3 partidos que se alternam do poder, PS, PSD e CDS.
Estamos a sentir na pele como somos tratados e triturados nesses leilões tão engravatados.
Agora o Japão, perante o cataclismo que se conhece e outro ainda que está por acontecer, como está a ser tratado pelo seu mercado, pelas regras que ajudou a criar. Agora que precisava de solidariedade internacional (palavra estranha), são precisamente os seus “amigos” da bolsa, dos mercados, que desvalorizam, que enfraquecem as suas empresas, a sua economia, que o querem levar á falência.
É esta sociedade liberal, este capitalismo selvagem, onde estamos metidos.
Por ironia andam por ai algumas gerações enrascadas a acusarem-se umas às outras sem perceberam que as regras do trabalho, do salário, da precariedade, são produto deste capitalista terrorista.