Portugal aceitou hoje um convite para presidir ao comité de sanções para a Líbia no Conselho de Segurança da ONU http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1798101
Ainda há bem poucos meses o nosso Amado MNE foi aplaudir Kadafi pelos seus 40 anos de despotismo.
E Sócrates esteve várias vezes na Líbia. A negócios, é bom de ver, cuja contrapartida, obviamente, era o apoio de Portugal ao branqueamento da imagem do espalhafatoso e demente ditador.
Como aquele ministro reconheceu publicamente, nem a ética nem a dignidade nortearam o governo português no apoio ao regime kadafiano. E é com idêntico desembaraço que o governo – exatamente o mesmo governo – faz o oposto do que foi a sua política até os líbios contestarem o tirano. É demasiado o despudor. É a total ausência de Norte diplomático. Não estamos sós, mas isso é fraca consolação.
O mínimo que se esperava era que o nosso país, enquanto tiver o atual PM, mantivesse uma sóbria discrição. Esta cambalhota expõe-nos ao ridículo da instantânea mudança de posição e evidencia o papel de mão-de-obra barata a que nos prestámos.
Também mostra ao mundo que as nossas relações externas têm a estabilidade do cata-vento.
-----
Sem comentários:
Enviar um comentário