Ontem, os golpistas da Guiné-Bissau fizeram um comunicado apelando
à calma da população. Foi divulgado pelo blogue Ditadura do Consenso, de que se
transcrevem estes dois preciosos nacos de hipocrisia.
"Quanto à
possibilidade da Guiné-Bissau sofrer algum ataque militar externo a questão não
passa da interpretação errada das notícias veiculadas pelos órgãos estrangeiros
de comunicação social ou rumores levantados, com o propósito de confundir a opinião
pública, por pessoas sobejamente conhecidas da nossa sociedade", diz
também o comunicado.
São rumores de pessoas, acrescenta, "que se conformaram com a vida de corrupção, impunidade e assassinatos políticos", e "desprovidas de sentido patriótico, não habituadas a honestidade e ao clima da verdadeira democracia se pretende para breve instalar no país".
São rumores de pessoas, acrescenta, "que se conformaram com a vida de corrupção, impunidade e assassinatos políticos", e "desprovidas de sentido patriótico, não habituadas a honestidade e ao clima da verdadeira democracia se pretende para breve instalar no país".
Desfaçatez? Indignidade? Manobra de diversão? Não; nada disso, simples humor negro.
Derrubar instituições eleitoralmente legítimas e prometer democracia nem caricatura
é. São apenas palavras ocas, poeira para os olhos.
E acusar outrem de corrupção e de assassínios políticos sendo militares
os assassinos e os mandantes do tráfico de drogas, só mesmo de cínicos cruéis.
O fosso entre as palavras e a realidade é tal que os redatores
do texto do comunicado, quem o encomendou e deu ordem de publicação devem
ter-se rido até mais não, chorando de tanto rir.
Mas quem chora a sério é a Guiné. De tristeza e vergonha.
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