terça-feira, 17 de abril de 2012

Também a MAC tem ciclo de vida




Depois da notícia do fecho da Alfredo da Costa e da imediata contestação pública, o ministro veio pôr água na fervura. Não apagou o lume, mas a maternidade vai apagar-se. A prazo, será encerrada. Com cordões humanos ou sem eles.

E pela mesma razão que a levou ao sucesso e à adoração de alguns: a evolução dos conceitos de saúde pública.

A MAC foi um símbolo da queda a pique da nossa mortalidade infantil e materna num tempo de concentração da especialização.

Hoje, com hospitais modernos e bem equipados em valências críticas, a velha parteira de Lisboa está isolada, faltam-lhe algumas especialidades. E as instalações estão caducas.

Foi uma instituição prestimosa, o país agradece, mas o mundo não pára. Como não parou a construção de novos hospitais, como o Beatriz Ângelo, em Loures, inaugurado em janeiro. Preferirá uma grávida de Bucelas ir à MAC, como foram mãe, tias e vizinhas, em vez de ir à Ginecologia-Obstetrícia deste hospital, mais à mão?

É verdade que precisamos de uma maternidade altamente especializada para os casos complexos, de grande risco, e essa função tem-na a da Estefânia.
À medida que as famílias forem beneficiando da segurança e a qualidade dos serviços prestados a mães e a bebés na rede de assistência materno-infantil lisboeta, dissipar-se-á este saudosismo. Tal como o bairrismo, é uma saudável manifestação de vitalidade.

E bom será que tal energia ajude a abreviar a construção do Hospital Oriental de Lisboa onde muitos alfacinhas um dia verão as primeiras caretas dos seus pimpolhos.

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