cheio de sorte, encantado,
depois dum dia fremente,
o dia do ensopado...
Já se via degolado,
a faca no gorgomilho,
numa azinheira esfolado,
os olhos quase sem brilho.
Matutava no panelão,
em azeite e alho temperado,
quando soou a salvação:
– Foi outra vez adiado!
O borrego condenado
um dia, na Catalunha,
ficou feliz, consolado,
convertido em testemunha.
Testemunhou hesitação
numa data executora,
que eterniza marcação
do ensopado à pastora.
Será bode de cobrição
da borreginha ou malata
que, na sétima geração,
parirá uma bela data.
Manuel A. Madeira
4 de Julho de 2010
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