terça-feira, 20 de julho de 2010

Pitonisa poejeira

.
Profetisa, autoridade,
perita certificada,
só ela atesta bondade,
todavia equivocada…


Tem um dedo incorrigível,
casca a torto e a direito,
dona de causa intangível,
serrazina sempre a eito.


Sem canudo é iletrado,
diz, de nariz retorcido,
zurzindo no consagrado
e no outro escarnecido.


Censura velha trocada,
mesmo por gaja bem boa.
Sua alma envinagrada
nem o amor abençoa.


O bom clero das alminhas,
cintilante quimera sua,
são bodes entre ovelhinhas,
sedentos de carne crua.


Bruxa não é certamente
nem abelhuda toldada,
muito menos cartomante,
talvez doçura azedada…


Ou pitonisa nutrida
com cardos e com poejos,
de geração bem ungida
por duendes benfazejos!




Manuel A. Madeira
16 de Julho de 2010
.

Sem comentários: