segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Licor de generosidade


A caminhada Baralhazóia dinossáuria, do CAOS, acabou bem, bem comida e bem bebida. Ainda teve leituras poéticas e uma aleixoada, além da galhofa costumeira. Só faltava mesmo qualquer coisita para atibar.

Nisto, a caótica bracarense Vou ali, já venho e aparece com duas garrafas de licor. Ela chamou-lhe de limonete e nós chamámos-lhe um figo. Foi uma bonita rodada de limonete em copinhos piquininos. Muito piquininos...

Fosse pelo peso dos bivalves, quiçá pelo abuso nos reidratantes, até pelo esforço literário, o certo é que o limonete sobrou.

Já eu ia de abalada e ainda me forçaram a um dedalito do dito, simpatia dos herdeiros dos restos das garrafas. Aceitei, como aceitei trazer uma delas com um restinho mesmo no fundo, generosa renúncia de uma caminheira cortês. Não tive coragem nem sensatez para a rejeitar.


E não fosse governar-me por outra bitola, estaria agora a exorcizar o pecado da gula. Em vez disso, estou afundado numa carga de remorsos, essa é que é essa. Só de pensar nisso, até nem sei como vou suportar a dor dos momentos de maior arrependimento.

Se calhar lá terei de atenuar este sofrimento atroz com uma pinguita de limonete...

*****

Sem comentários: