quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Bruxa má e oito anões

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Sócrates é bruxa má, etiquetou Miguel Relvas. Perante esta inovadora nomenclatura, vou já actualizar o meu catálogo político, cuja obsolescência seria pecaminosa.

O próprio Relvas, com tão eloquente tirada, atinge o insigne estatuto de catatua. Falta o conto de encantar onde caminhe, bamboleante, pelo tapete vermelho a caminho das asperezas da governação pátria.

O seu chefe, por contraste com o bruxa má, é o Branca de Neve, embora PPC tenha umas nódoas feiosas na sua alva candura. Nódoas do elitismo na saúde e na educação. E a nódoa de o seu padrinho de negócios parecer o patrocinador tático. Do atirar hoje o que amanhã retira não se fala, que a Branca de Neve também não era perfeita. Nem tão teatral.

Louçã, com aquele arrastar verborreico, impante de saber, certezas intocáveis, dono da moral boa, passa bem por Lobo Mau na fantasia do secretário-geral do PSD.

Fernando Nobre é um querubim. Envolto num celestial manto verdinho, a condizer com a sua frescura política, paira graciosamente sobre a família mais chegada, toda ela bem acomodada num ninho humanitário.

O Alegre concorrente é Peru grulhando em voz cava a solidariedade poética com a classe operária, esses coitados. Passarão com longo poleiro, uma pata no PS e outra no BE, ora debica a choruda reforma de meses na Emissora Nacional, ora se deleita com o subsídio parlamentar de reinserção social. Clamando a sua aura anti-fascista de Argel.

Paulo Portas revelou-se escorregadio na catalogação. Gralha ficava mal. Não estava mal, mas beliscava um político belicoso. Corvo também não, insinuava analogia com a sua penca, que não cabe neste rol. Fica metrónomo, que tem a harmonia do rugido, a melodia do pica-pau e a solenidade do cacarejo.

Francisco Lopes, o candidato presidencial do PC, é o frango taxionómico. É obvio, não!? Selecionado para ser assado na brasa, esturricado nuns 5 ou 6%, não deixa de ser um infeliz galinácio que papagueará a cassete antes de ser recolhido pelo Comité Central, chamuscado, mas são e salvo.

Ah, e o recandidato, o que há largos meses faz campanha mascarada de tabu!?

A sua inércia, o apetite por aviões novos e o ar emproado são atributos de pavão. De pavão de pena riscada, dada a adorada pompa e excelsa sobranceria de sua esselência.

As ações da SLN não são para aqui chamadas, os outros candidatos é que as chamarão à campanha.

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