domingo, 15 de agosto de 2010

Jornalistas salazaristas 2010

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Salazar, o ditador, e a sua corte ideológica criaram um linguarejar que os jornalistas abúlicos continuam a usar em 2010.

Nos últimos dias, a propósito de incêndios vários, ouvi muitas referências aos "populares" que ajudaram os bombeiros ou defenderam os seus haveres de mangueiras em punho.

"Populares" foi o termo salazarista adoptado para etiquetar os que não tinham sangue de 14 quilates, trabalhavam sob sol a pique e que a clique não queria nivelada com os "senhores" que falavam emproada e doutoralmente.

Por outras palavras, a clique fascistóide criou um fosso conceptual entre a "populaça", pobres, trabalhadores braçais, com luzes de 4ª classe e os bem nascidos, as "senhoras" que tomavam chá à inglesa, e os cães de fila da União Nacional, o partido único.

Percebem-se as razões deste fracionamento da sociedade portuguesa em "populares" e os que mandavam e comiam no maceirão do Presidente do Concelho. Assim era mais fácil condicionar o povo.

O que não se alcança é como, tantos anos depois da queda do ditador e da ditadura e com uma democracia a funcionar, aquela semente elitista ainda produza jornalistas tão ignorantes, tão indiferentes à cidadania dos seus concidadãos.

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