Assim se fabricam sanguessugas

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O boneco e o texto são de autor desconhecido e vinham embrulhados em resposta de criança. O que parece uma inocente brincadeira, traz uma tão sonsa como anacrónica carga de machismo.

Subtilmente, como não quer a coisa, vai-se passando a mensagem… reproduzindo o modelo milenar que criou madraços, oportunistas e sanguessugas de esforço doméstico alheio.

E as mãezinhas alimentam, mais do que ninguém, o filão da ronha, do não tenho jeito, do isso é coisa de mulher e outras tantas fugas às responsabilidades familiares.

Já é tempo de os meninos, os rapazes e os homens descascarem batatas, picarem alhos, deitarem mãos às panelas: cozinharem, em suma. Sem esquecer as outras tarefas...

Gritem o Ipiranga masculino, libertarem-se da menoridade de ajudantes das mães, de ajudantes das namoradas e de ajudantes das mulheres.

Sejam Homens no pleno uso dos vossos deveres.

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